Tecnologia Aeroespacial - Projeto VLS

25/07/2013 08:51

TECNOLOGIA AEROESPACIAL

O domínio da tecnologia aeroespacial dos foguetes de sondagem serviu de base para o desenvolvimento de um Veículo Lançador de Satélites (VLS), um artefato de quatro estágios, com cerca de 50 toneladas na decolagem, capaz de lançar satélites de 100 Kg a 350 Kg, em altitudes de 200 Km a 1000 Km.

Os foguetes com tecnologia para realizar sondagem são utilizados para missões suborbitais de exploração do espaço, capazes de lançar cargas-úteis compostas por experimentos científicos e tecnológicos. 

O projeto iniciou-se em 1965, quando o foguete Sonda I fez o voo inaugural, primeiro lançamento de um foguete nacional. Esse lançamento foi realizado no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI). Durante um período de 12 anos, foram realizados mais de 200 experimentos com foguetes desse tipo.

Tecnologia - Sonda 1

Ficha Técnica: Comprimento total: 3,1 m; Diâmetro máximo: 0,127 m; Nº de estágios: 2;  Massa Total: 59 kg; Massa da Carga-Útil: 4,5 kg; Apogeu: 70 km.

O Sonda I foi projetado para ser aplicado em estudos da alta atmosfera e se destinava a transportar cargas-úteis meteorológicas de 4,5 kg a 70 km de altitude. Esse foguete serviu, principalmente, como escola no campo de propelentes sólidos e outras tecnologias e para o desenvolvimento de foguetes de curto alcance.

O VLS-1, atualmente, é o principal projeto totalmente nacional na área de lançadores de satélites e encontra-se na fase de qualificação em voo. Até o presente, foram construídos três protótipos e efetuados dois lançamentos a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Tecnologia Aeroespacial - VLS

Ficha Técnica: Comprimento total: 19 m; Diâmetro máximo: 1 m; Nº de estágios: 4; Massa Total: 50.000 kg; Massa da Carga-Útil: 300 kg; Apogeu: 1000 km

Nos lançamentos dos protótipos V01 e V02, realizados entre 1997 e 1999, respectivamente, problemas técnicos comprometeram o cumprimento da missão como um todo, mas não impediram a qualificação em vôo de diversos componentes do veículo.

O protótipo V03, cujo lançamento deveria ter ocorrido em 2003, resultou em acidente, em 22 de agosto daquele ano, antes da tentativa de lançamento.

Após o trágico "acidente" ocorrido em Alcântara com o VLS (Veículo Lançador de Satélites) em agosto de 2003, a Câmara dos Deputados e o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, publicaram em 2010 nos Cadernos de Altos Estudos n. 7, estudos sobre a Política Espacial Brasileira, entre eles, a reconstrução no Centro de Lançamento em Alcântara (CLA) da TMI (Torre Móvel de Integração), plataforma utilizada para o VLS, com investimento previsto na ordem de 44 milhões.

Antes da ocorrência em Alcântara resultando na morte de 21 pesquisadores do IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), duas outras tentativas de lançamento com protótipos do VLS tinham ocorrido.

A primeira ocorreu em 2 de novembro de 1997, quando houve uma falha no acendimento de um dos motores do primeiro estágio. A segunda foi em dezembro de 1999, quando nos motores do segundo estágio ocorreu uma explosão aos 55 segundos de voo. Segundo a direção do CLA, 53 operações de lançamento envolvendo 413 veículos espaciais foram realizadas até 2003.

Atualmente, três foguetes batizados de VLS Epsilon, VLS Gama e VLS Delta estão em fase de testes para colocar satélites em órbita geoestacionária (aproximadamente 35.786 km acima da Terra) até 2022. Enquanto a plataforma não fica pronta, o Brasil tem lançado satélites em cooperação com a Rússia e China.

Nos lançamentos de qualificação, o VLS foi programado para cumprir a seguinte trajetória:

Trajetória do Lançamento do VLS

Apesar de todos os esforços que tem sido feito, o Brasil ainda está aquém do que se espera no desenvolvimento neste setor. O Brasil ainda se recupera da sua grande perda de cientistas que dedicaram grande parte das suas vidas ao crescimento da tecnologia espacial. Recursos destinados pelo Governo Federal ainda é pequeno quando comparado ao das outras Nações.

Fonte : https://www.aeb.gov.br/programa-espacial/veiculos-lancadores/

Trajetória no lançamento do VLS
Crédito: IAE

Referência: A política espacial brasileiira/relator: Rodrigo Rollemberg, et al., Brasília, Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2009.(ISBN 978-85-736-5811-8)

Oliveira, S. B.